terça-feira, 22 de agosto de 2017

ATT começa a operar a linha para o CAB

Com a chegada do metrô ao Centro Administrativo da Bahia, um belo local onde fica a sede do governo estadual e que deveria ser um ponto turístico por causa de sua beleza (há sedes de governo que são pontos turísticos pelo mundo), a linha CAB Circular, operada até então pela extinta Axé, acabou. Com isso, funcionários do CAB e usuários dos serviços oferecidos pelas instituições ali instaladas se sentiram prejudicados.

As reclamações deram certo e uma nova linha foi criada para substituir a antiga CAB Circular: a Circular CAB/Metrô. O curioso que a linha tem muito a ver com Niterói, a cidade onde moro atualmente, após quase 20 anos de moradia na capital baiana.

Para operar a linha em caráter emergencial, foi alugado o serviço da intermunicipal Asabela, qe opera linhas para Água Branca. Na frota urbana, a Asabela usa não apenas carros da niteroiense Pendotiba como também a pintura. Ao mesmo tempo em que a Asabela operava como emergência, uma licitação foi feita para escolher a empresa definitiva e a ATT, empresa tradicional no ramo de fretamento, acabou ganhando.

E sabe qual empresa a ATT recorreu para comprar os excelente carros (detalhe: refrigerados e confortáveis, com poltronas de interurbano)? Da Pendotiba, ora. A mesma que forneceu os carrs da Asabela que operavam a linha como emergêncial.

É curioso ver que a Pendotiba indiretamente "opera", metaforicamente falando, a linha por meio dos carros que ela havia adquirido para si. E observando bem as fotos, a linha teve um grande ganho de qualidade, oferecendo real conforto para as pessoas que se deslocam todos os dias para o CAB.


sábado, 15 de julho de 2017

Mercedes O362 da TSS

A extinta TSS (Transportes São Salvador), que era a parte municipal da Breda Bahia e que depois virou Farol da Barra e depois Expresso Vitória, antes de fundir com outras para formar a atual Ótima Transportes, teve um O362 da Mercedes Benz em sua frota. 

O busólogo Alexandre Figueiredo, que garantiu ter visto o ônibus pessoalmente, tentou procurar por fotos do modelo e não encontrando, ele mesmo reconstituiu usando editor de imagens. Veja a montagem reconstitutiva fiel ao modelo existente na virada dos anos 70 e 80.


sexta-feira, 23 de junho de 2017

Salvador Norte adquire Mascarello usado

Uma das surpresas desse ano foi a aquisição pela Salvador Norte de um Mascarello usado comprado da extinta empresa Bangu. Rumores indicam que foram cinco carros. Os carros são bem confortáveis, pois possuem poltronas no lugar dos tradicionais bancos de plástico. Já estão rodando e um deles foi fotografado na linha 0102, Iguatemi/Barbalho, que já teve Millenium nos anos 2000.

É uma boa aquisição, mas muito pouco para uma empresa que perdeu muitos carros, tendo que pagar dívidas. O sistema de ônibus em Salvador piorou depois da licitação fajuta e a prefeitura dá sinais de que só quer saber de metrô, praticamente cancelando a prometida renovação de frota que deveria ocorrer em 2017.

A propósito: os executivos da Ótima e da Plataforma? Quando chegam?



quinta-feira, 22 de junho de 2017

Cooperunião compra ônibus de piso baixo refrigerado

Uma gigantesca novidade chega ao município de Camaçari, um dos que mais se desenvolvem na Bahia. A empresa Cooperunião, que vem renovando a frota com usados de qualidade, surpreendeu a todos e adquiriu uma unidade, também usada, de um ônibus de piso baixo com motorização traseira e salão de passageiros refrigerado. O ônibus vai rodar na linha Camaçari/Arembepe.

É um grande avanço para Camaçari, uma cidade que vem dando sinais de progresso, mesmo gradual. 



quarta-feira, 21 de junho de 2017

New Road Volvo do Falcão Real

Duas fotos de um dos ônibus de configuração básica que gosto bastante: O San Marino New Road da Falcão Real com chassis Volvo B270F, lindo na pintura da empresa. Normalmente faz linhas médias ou semi-longas, apesar da relativa robustez do chassis.



terça-feira, 20 de junho de 2017

Falando em Shopping Bela Vista

Ontem o blog mostrou o carro retrô do Shopping Bela Vista. Aí eu falei sobre as duas unidades do ônibus anterior que fazia o tal serviço, também com um modelo relativamente antigo, mas de poucos anos, o Apache VIP I, fotografadas por mim. Para quem não viu, aqui estão as fotos dos dois ônibus que serviam o shopping antes do carro retrô que faz o serviço hoje.





segunda-feira, 19 de junho de 2017

Shopping Bela Vista tem carro retrô

O Shopping Bela Vista, cujo ônibus anterior foi fotografado por mim, mudo de ônibus e adquiriu um Chevrolet antigo como veículo a transportar os frequentadores do belo shopping localizado em Pernambués. É um belo ônibus que torna a visita ao shopping ainda mais agradável, atraindo entusiastas de veículos antigos e busólogos, que aproveitarão o passeio para fazer boas compras no shopping.



domingo, 18 de junho de 2017

Os DDs da Novo Horizonte

Aqui estão algumas fotos dos primeiros DDs que a Novo Horizonte adquiriu para as suas linhas. Alguns são da Comil e outros da Marcopolo. Não temos informações precisas sobre o serviço que é de dupla classe (semi leito acima e leito abaixo). Acredita-se que operarão nas linhas que ligam a Bahia a São Paulo. Vamos aguardar informações a respeito.

A empresa ainda adquiriu Invictus da Comil com apenas quatro eixos (os que ela já tem são trucados, com três eixos). Já operam em linhas para São Paulo. os carros novos vem todos com o novo leiaute, moderno e lindíssimo, criado pelo designer e busólogo Armando Vilela.

Aproveitando para pedir desculpas pela demora das postagens, por falta de tempo. Vamos tentar postar mais para manter o blogue ativo e constante.




terça-feira, 18 de abril de 2017

ACM Neto quer "explodir" o metrô?

Esta pergunta pode parecer meio agressiva, mas é metafórica. Metafórica, mas não menos alarmante. Parece que ACM Neto e a equipe de sua gestão que controla o transporte, pretende jogar boa parte da demanda do transporte no metrô, limitando trajeto de linhas de ônibus para terminais instalados nas periferias e limites da capital baiana.

Afinal, o que quer ACM Neto? Será que ele não entende que o metrô, por maior que seja, tem um limite de demanda? Que o metrô surgiu como opção complementar do transporte coletivo soteropolitano e não como ÙNICA opção? Que a mobilidade urbana moderna deve fazer interação entre os modais e não obrigar a população a ficar refém de uma única forma de modal?

Tá, sabemos que é arraigado na cultura soteropolitana de que transporte coletivo é "carregamento de pobres" e que é evidente a preferência do prefeito, nascido em berço de ouro, pelo transporte individual. Para ele (e para a elite de Salvador), os ônibus são os vilões do trânsito e se puder eliminá-los, melhor. Já sobre os automóveis: "não mexa no transporte de meus amiguinhos, viu?".

Se não bastasse ter que obrigar todos a pegar mais de um transporte, o prefeito teve a infeliz ideia de limitar o tempo do uso do cartão que permite a gratuidade no segundo transporte. Eu não gosto deste cartão. Além do limite imposto que pode cancelar benefícios diante de engarrafamentos - bom lembrar que o prefeito prioriza o transporte INDIVIDUAL - o próprio sistema de cadastro e de carregamento é humilhante, além do fato de que o cartão se danifica com facilidade. Se fosse como era nas Estações Pirajá e Mussurunga, entrando na estação, quando a gratuidade era garantida, compensaria bastante as baldeações.

Do jeito que ACM Neto está fazendo, o cenário do transporte soteropolitano será o seguinte: metrô claustrofóbicamente superlotado, ruas entupidas de automóveis e um sistema de ônibus falho, sem conforto, sem ar condicionado, que só servem como alimentadoras para que usuários nunca tenham o direito de ir diretamente de suas residências ao seus destinos, sendo obrigados a pagar duas vezes por um deslocamento que se mostra caótico e indigno.

ACM Neto deveria pegar transporte público todos os dias, de preferência usando cartão. Quem sabe conhecendo melhor o transporte que impões à sua população, ele saiba de seus problemas e os corrija. Pois não é por ser burguês que ele continue governando somente para a burguesia, "lascando" a população em geral que ingenuamente o elegeu.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Por que o metrô de Salvador é um sucesso?

OBS: Esta entrevista feita pelo Paulo Henrique com José Copello, presidente da Companhia de Transportes do Estado da Bahia mostra o sucesso do metrô de Salvador, muito bem planejado, bonito e que tem revolucionado o transporte local, permitindo a implantação de um funcionamento mais racional do sistema de ônibus, feito com base na necessidade do sistema e não aleatoriamente como foi feito no Rio de Janeiro e prestes a ser corrigido a partir de março. Leia parte da entrevista, que pode ser lida na íntegra, com mais fotos, aqui neste link.



Por que o metrô de Salvador é um sucesso?

Paulo Henrique Amorim, Conversa Afiada

E a baiana Odebrecht está de fora...

PHA: Eu entrevisto José Copello, presidente da Companhia de Transportes do Estado da Bahia. Ele é responsável pelo sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas, inaugurado em 11 de julho de 2014, composto de duas linhas com total de 41km de extensão, 23 estações, 10 terminais de ônibus integrados e o término dessa obra está previsto para 2017. Copello, como é que foi possível construir isso entre 2014 e 2017?

J. Copello: É um desafio muito grande. O Metrô de Salvador tem um histórico bastante negativo de obras iniciadas... Sob gestão do município de Salvador, foram iniciadas obras no ano de 2000, com projeto inicial de 12km - em 2013, só havia 6km de obras construídas e sem condições de operação. Então, em 2013, sob a gestão do governador Jaques Wagner, houve uma atitude bastante corajosa de buscar transferir esse empreendimento, que àquela altura já tinha quase R$ 1 bilhão públicos investidos e sem nenhum benefício para a população. Em 2013, foi feito um acordo entre o estado e a Prefeitura de Salvador, e essas obras paralisadas vieram para o Estado. Então, de imediato, o Estado já tinha feito uma modelagem para uma parceria público-privada e um mês depois de ter recebido do município colocou isso em licitação. Essa parceria público-privada foi definida em leilão na BOVESPA e foi vencedora a empresa CCR, que é uma concessionária - destaco aqui que a gente não contratou, não fez uma modelagem para contratar um obreiro, uma construtora, e sim contratar um serviço, com a concessão de 30 anos. Esse detalhe é muito importante para explicar o resultado que nós estamos tendo hoje.

PHA: Qual é a diferença entre contratar por serviço e contratar uma empreiteira?

J. Copello: Basicamente a principal diferença está na questão da matriz de risco. Nós estamos acostumados e vemos tantas obras públicas paralisadas por diversos motivos - e no sistema de obra pública convencional, praticamente todos os riscos são assumidos pelo contratante. Então, o poder público faz um projeto, coloca a licitação e de repente, durante a obra, na hora da fundação, começa a ver que não é bem assim, que ali embaixo passa um rio, que o solo é diferente, que a fundação tem que ser diferente, tudo isso numa obra tradicional. Estou dando um dos exemplos que fazem com que a construtora comece com aqueles famosos pedidos de aditivos de contrato. Enquanto isso, essas obras vão derrapando, vão ficando com custo financeiro tanto para Estado, quanto para o construtor - mas, em última hipótese, é o estado, o poder público, que termina assumindo isso. Então, nessa modelagem existe uma matriz de risco bastante clara, bastante definida, com os riscos todos mapeados. Nesse exemplo que eu coloquei, que é o risco de projeto ou o risco de obras, o risco é 100% assumido pelo privado. Então, não existe possibilidade de acontecer uma parada de obra - ele tem que encontrar a solução, diretamente resolver isso tudo. Como passa ser o custo dele, passa a ter um interesse muito grande de que isso seja muito rápido e ele consiga atingir. Ainda nessa modelagem específica feita aqui, existe um percentual de aporte público... É difícil uma obra de infraestrutura como um Metrô - no mundo inteiro - ser conduzida apenas com resultados que ela dá por tarifa. A Europa é um exemplo claro disso: praticamente todos os grandes metrôs da Europa são subsidiados, têm alguma forma de aporte público, no investimento e também na operação. Então esse aporte público está em torno de 50% do valor total do investimento.

PHA: Que é de quanto?

J. Copello: Em base do contrato da licitação de abril de 2013, em torno de R$ 4 bilhões. Tem um custo da inflação que inclusive é risco dele, do privado.

PHA: A inflação é risco deles?

J. Copello: É risco deles, é risco do privado. O aporte público que está estabelecido, por exemplo, em dinheiro da União - R$ 1,3 bilhão -, e do Estado - mais R$ 1 bilhão. Refazendo esses R$ 2,3 bilhões dos R$ 4 [bilhões], é necessário usar preços de 2013. Esse aporte ele vai recebendo à medida que ele vai entregando trechos em operação. Não há aquela tradicional medição por mês. Eu faço uma fiscalização, o poder público faz uma fiscalização contínua, permanente ao longo da obra e ao final daquele trecho, daquele pedaço de via, de estação, [para verificar] se o conjunto tem condições de operar.

PHA: Eu tenho o prazer de ir sempre a Salvador. E, quando saio do aeroporto e me dirijo à minha casa, eu vou sendo acompanhando pela evolução da obra do Metrô, o Metrô vem andando na minha direção, e daqui a pouco ele vai chegar ao aeroporto, não é isso?

J. Copello: Sem dúvida nenhuma, Paulo. Eu gostaria de lhe convidar para o final do ano, quuando você venha a Salvador, estarei no aeroporto lhe esperando para a gente ir de metrô.

PHA: Maravilha! Uma das coisas que sempre me intrigou é: como é que na Bahia, que é a sede da Odebrecht, que é uma das maiores empresas de engenharia do mundo, a Odebrecht não participou dessa licitação?

J. Copello: Pois é! A licitação foi feita nessa modelagem PPP, foi conduzida com um processo anterior de manifestação de interesse com audiências públicas, consultas públicas e a Odebrecht, assim como outras construtoras, acompanhou todo esse processo, era uma das empresas que estavam estudando muito o processo e chegou no final da licitação. No dia de apresentar as propostas na BOVESPA, ela não entrou na sessão e terminou que a vencedora foi a empresa CCR.

(Continua, com mais fotos, no link que aparece no início da postagem)